sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Igualdade de gênero parte 2

Mil anos depois!!!!!

Não me odeiem, dessa vez tive motivos plausiveis. Meu computador quebrou e o meu texto tava todinho nele... mas vamos la né? Finalizando a questão da igualdade...

Para que os grupos sejam diferenciados dessa maneira, é preciso que as culturas, antes de tudo, os definam como diferenciados e isso legitima as exclusões. É importante compreender que, quando são legitimadas as exclusões, como no exemplo acima, surgem diferenças de grupo e as hierarquias econômicas e sociais de certos grupos em detrimento de outros, criando a tensão entre indivíduos e grupos. É como se os indivíduos que fizessem parte de determinado grupo fossem tachados e se tornassem o próprio grupo e tudo que ele representa. Em outras palavras, um indivíduo pertence à sociedade e é determinado que ele é diferente da maioria e se assemelha a um grupo menor, essas diferenças são consideradas positivas ou negativas, sendo o indivíduo favorecido ou desfavorecido. Esse indivíduo e cada um que pertença a esse grupo são vistos como representantes do grupo e sofrem as conseqüências por isso. É possível ver essa ação em nossa sociedade hoje tanto positivamente, como acontece com os médicos e políticos (pessoas com essas profissões são individualmente consideradas mais importantes), como negativamente, excluindo, como ocorre com os homossexuais e com os deficientes.

O indivíduo fica preso a esse estereótipo e suas conseqüências, através da determinação de que características inerentes a esse grupo se tornam a razão e a racionalização para um tratamento desigual. Como no exemplo citado acima, aquele que é homossexual é excluído por se relacionar a uma pessoa do mesmo sexo, pois isso é racionalmente visto como imoral e errado. O deficiente é visto como incapaz e é excluído, pois é cientificamente comprovado que ele tem limitações maiores que as outras pessoas, o que é generalizado como incapacidade. É possível ver exemplos semelhantes em muitos outros grupos, como crianças, idosos, loucos, dependentes químicos, mulheres, etc.

Essa redução de um indivíduo a uma categoria gera um elevado senso de identificação, que, ao mesmo tempo em que é devastador, é embriagador, pois como objeto de discriminação, essa pessoa se torna um estereótipo, mas como membro de um movimento de luta, ela encontrará apoio e solidariedade. Um exemplo disso é o caso da Parada Gay, diz-se que a Parada representa a luta pelos direitos GLBTT, mas se tornou apenas uma grande festa. Muitas pessoas acompanham justificando que estão lutando pela igualdade de direitos, mas acabam apenas participando, aproveitando e se mostrando na festa, não trazem nenhum benefício político ou social para o grupo. Na realidade, o fato de ser homossexual se torna justificativas para comportamentos que a pessoa tem fora de seu próprio padrão apenas na Parada Gay.

Outro exemplo da necessidade e da inadequação das identificações com o grupo vem do feminismo, que levanta diferentes tipos de problemas mas, mesmo assim, segue a mesma lógica. Quando perguntada, na virada do século, sobre sua definição do que o feminismo deveria conquistar, a psiquiatra francesa Madeleine Pelletier respondeu que ele a auxiliaria a “não ser uma mulher do modo que a sociedade espera”. E mesmo assim, é claro, foi como mulher, e em nome do grupo – mulheres –, que Madeleine Pelletier e outras feministas travaram suas batalhas pela igualdade. (SCOTT, p. 20, 2005)

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Pois de médico e louco, todo mundo tem um pouco!