domingo, 6 de março de 2011

Bruna Surfistinha

E aqui vamos nós. Hoje, domingo de carnaval, a MP, eu e o Marcelo fomos ao cinema assistir a mais nova produção brasuca: Bruna Surfistinha. Com Deborah Secco no papel principal e o senhor sumidodesdeanosrebeldes Caco Gabus Mendes, que criou não uma barriga, mas um calombo.

Enfim, o filme me inspirou. Sim, me inspirou muito sexualmente, também. Mas, me inspirou a escrever e a estudar mais Freud. O filme traz duas grandes reflexões que valem a pena: a prostituição vale a pena e é aceitável? Quem é a personagem e quem é a mulher, Raquel ou Bruna? O que achei mais engraçado nisso tudo é onde minha conclusão me levou. Mas, chegaremos lá.

Primeira questão, a mai polêmica. Eu sempre tive uma ligação muito grande com a sexualidade, sempre achei algo muito importante, é uma forma de expressão belíssima quando feita da forma correta. Sempre pensei na prostituição como algo aleatório na minha vida. Afinal, nunca tive contato com alguém do ramo (tive sim, mas muito pouco) e nunca precisei nem pensar em trabalhar com isso. Mas, eu comecei a ficar instigado há um tempo quando o pessoal do "A Liga" da Band fez um episódio sobre prostituição. Eles mostraram não só as garotas de programa, como também os garotos de programa. Eu cheguei à conclusão, naquela época de que alguns fazem porque não tem escolha e outros fazem porque querem e gostam de fazer. Na verdade, a segunda opção vale mais pra mim, nesse momento. No caso de Bruna, a coisa foi mais além, ela realmente virou uma celebridade da internet e foi aí que ela perdeu o controle da vida. Não foi porque ela não soube lidar com a carreira de profissional do sexo, foi porque ela não soube lidar com a carreira de celebridade que a vida dela desandou. Até aquele momento os frutos estavam sendo bons pra ela. E, para mim, desde que seja bom para você, continue fazendo. Não tem nada de errado com isso.

Segunda questão, foi uma questão que me instigou muito. Titio Sigmund (Sujimundo) Freud tem uma teoria que nos diz que usamos máscaras para diferentes situações. Ou seja, somos muitos personagens e nem nós mesmos sabemos quem realmente somos. O ser humano é adaptável, ele se adapta com extrema facilidade às condições em que vive, pois é ele próprio que se leva à essas condições (este sou eu falando, não o Freud). Foram as escolhas de Raquel que a levaram à Bruna. E em algum momento, Raquel e Bruna viraram a mesma pessoa. Ela era Raquel quando necessário e era Bruna quando fosse preciso. O personagem e a pessoa se fundiram e formaram uma personalidade a parte, que se tornou famosa e desejada.

Minha conclusão: o ser humano é o bicho mais hipócrita que existe no mundo. A quantidade de madames conservadoras que metem o pau tanto no filme quanto na pessoa, Bruna, são absolutamente hipócritas. Porque elas próprias se vendem, são garotas de programa tanto quanto Bruna. Elas se montam em seus diamantes ou colocam seus batons chamativos e saem por aí atrás do "partido perfeito", que provavelmente fai ter 5 carros e, pelo menos, duas mansões. A diferença entre uma prostituta, como Bruna, e essas pessoas é que as prostitutas dão a cara a tapa e não têm medo da vida. Elas são lutadoras, sim. Pelo menos é assim que eu as vejo. Afinal, todos nós somos prostitutos de um capitalismo selvagem, não é? Qual a moral que temos para julgar essas pessoas? Eu não sei se apóio a prostituição no seu todo, mas com certeza apóio os homens e mulheres que fazem disso uma profissão que gostam.

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Pois de médico e louco, todo mundo tem um pouco!