quinta-feira, 1 de julho de 2010

O último

O meu último post com o seguinte assunto: Lady GaGa. Eu sempre reclamo da Monstra, mas eu nunca escrevi sério sobre isso, o porque de eu não gostar dela, de fato. E é algo que vai além de uma richa de fãs de todo o mundo pop contra ela. O que mais me indigna na GaGa (e principalmente em seus fãs) é como ela acha que é parecida com a Madonna. Mas, o que a Madonna tem que a GaGa não tem, afinal?

1 - 27 anos de carreira.
2 - 62 Milhões de discos vendidos só nos EUA.
3 - A segunda turnê mais lucrativa da história (Sticky & Sweet)
4 - Like a Prayer, Vogue, Express Yourself, Get Together e mais outros milhões de hits infinitamente melhores do que muitas das coisas que podemos ouvir por aí hoje.
5 - beleza.
6 - inteligência.
7 - personalidade.

Querem mais? Porque tem. Mas, pra mim a maior diferença entre GaGa e Madonna, e é também o motivo pelo qual a novata jamais poderá ser comparada à ela é que as músicas de GaGa são feitas com o único intuito de fazer as pessoas dançarem e enlouquecerem, ela não tem letras que fazem as pessoas pararem um segundo que seja e pensarem. Não estou dizendo que Madonna não tenha essas músicas (e que talvez sejam as mais conhecidas e os maiores hits), mas escute um CD completo de Madonna, escolha "Erotica", "Like a Prayer", "American Life", "Ray of Light" e até mesmo o ruinzinho "Hard Candy" e veja bem qual é a diferença. Enquanto GaGa é louvada por usar símbolos nazistas e judeus misturados em seu maldito clipe, Madonna sofreu o maior boicote da história da música nos Estados Unidos porque criticou o modo de vida norte-americano e jogou uma bomba no então presidente, George W. Bush.

Enquanto Madonna usou Marilyn Monroe, Frida Garbo e muitos outros artistas de ponta para conceituar seus clipes e seus shows, GaGa usou Madonna de uma forma escrota e bizarra. Enquanto Madonna fez uma crítica coesa à Igreja Católica no final dos anos 80, GaGa tentou causar engolindo um maldito terço. E não venham me dizer que se a GaGa incomoda ela presta, e muito menos que se é porque ela faz sucesso e vendo milhões de CD isso quer dizer que ela é foda e presta, NÃO. Se for assim, eu vou ter que achar funk a última bolacha do pacote também, porque todo cantor de funk faz um sucesso tremendo, não é?

Mas, voltando ao principal: o não pensar. Ou o impedimento de pensar, eu quero que qualquer fã dessa aí me dê uma letra que fale sobre qualquer coisa realmente importante no mundo, pode ser? E não me mostrem uma letra que (apesar de eu gostar dessa música) diz: eu quero o seu amor e eu quero sua vingança, nós dois poderíamos escrever um mau romance. Uau, Gaga. Ótima batida, ótimo refrão, péssima letra. Isso te fez pensar? Você realmente pensou nas pessoas que estão dormindo na rua sem teto? Até quando a música pop vai ser um poço de gente fútil e sem neurônios? Mas, afinal... o que realmente Madonna tem que GaGa não tem? AURA. Não sabe o que significa, cumpadi? Pergunte ao Oráculo.

Mas, quem sabe GaGa não seja uma das ditadoras mais inteligentes que já tivemos? Você, fã da GaGa, faz o que ela quer, ouve o que ela acha bom, absorve todas as opiniões de sua ídola (não estou generalizando, conheço fãs da GaGa muito coesos e que fazem muito sentido), se ela disser que ela é a nova Madonna, acreditem: ela será. Termino esse post, que ainda me parece muito amador, e que eu ainda vou mexer mais muitas vezes, com certeza com uma citação.

"Nos dias de hoje podemos recuperar o conceito de perda da aura de Benjamin (Walter Bejamin) para entender um pouco melhor como funciona um produto de grande repercussão no nosso mercado cultural: as celebridades. A grande mídia apresenta os políticos, os astros e estrelas do showbusiness, os campeões do esporte etc., como personagens auráticas, revestindo-as de invólucro brilhante (espécie de embalagem) que os diferencia dos homens e mulheres comuns.

Mas, diria Benjamin se vivesse no nosso tempo, não se trata de autenticidade legítima, de "autênticidade autêntica", e sim de uma pseudo-autenticidade, uma autenticidade fabricada, artificial, produzida. Talvez isso explique por que nossas celebridades contemporâneas, diferentemente das obras de arte originais, têm apenas "15 minutos de fama" e, em seguida, seu halo se apaga e elas são imediatamente substituídas pelas "novas celebridades", pelos novos "estadistas", pelas novas "estrelas".

(Dymetrann A. "Sociologia para não-sociólogos", editora São Judas Tadeu, 2007, p.63)


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Pois de médico e louco, todo mundo tem um pouco!