sexta-feira, 7 de maio de 2010

Um porquê sobre o Insônio

Olá insoniados do meu travesseiro, mei-psicopatas da sei-lá-o-que da MP, e pacientes do divã da Dôtora, invado a madrugada do dia da sessão terapêutica com os cavaleiros (vamos mudar de desenho, Dôtora?) para explicar um porquê sobre mim. Não que eu tenha que me explicar para alguém, morram se vocês acham que eu tenho. Pois bem, eu tenho um grande vício que vocês já devem ter notado, e ele se chama Christina Aguilera.
Pois bem, hoje eu percebi o porquê desse meu amor tão intenso e imenso por uma pessoa que eu não conheço e que muito provavelmente não faz a menor idéia da minha existência. Eu vou explicar então: Vocês já se sentiram, usando as palavras da Pink, tocados tão suavemente que tiveram que chorar? Vocês já sentiram que alguém que está a milhas de distância de você sabe exatamente como você está se sentindo? Vocês já sentiram uma admiração tão grande por alguém que faz com que você não queira ser como essa pessoa, para não estragar tal admiração? Vocês já se sentiram mais situados porque alguém cantou no seu ouvido, mesmo que por um fone, numa noite fria e triste de madrugada quando você não tinha absolutamente ninguém por perto pra poder chorar no colo que você tem que confiar na sua voz interior como se ela fosse seu mais antigo amigo? Vocês já encontraram em uma música a força quando a sua mãe está sendo operada de um câncer? Vocês já se deram conta que outras pessoas além de vocês sofrem em suas próprias vidas?
Um dia uma voz forte como um trovão que vinha de uma mulher pequena e linda, me tocou tão suavemente que eu tive que chorar. Um dia uma mulher a milhas de distância escreveu uma música que descreveu exatamente o que eu estava sentindo no momento em que a ouvi. Um dia eu senti uma admiração enorme por uma mulher que foi contra a maré do que o mercado fonográfico queria e fez o tipo de música que gostava. Uma noite uma mulher cantou no meu ouvido, só pra mim que o meu amigo mais antigo é a minha voz interior. Um dia eu encontrei numa música a força enquanto minha mãe estava sendo operada de um câncer. Um dia eu percebi que muita gente sofre de verdade, e que eu sou só mais um sofredor, só mais uma estrelinha no meio de um universo todo estrelado.
Eu quero que comparações com Lady GaGa ou Ke$ha ou Britney se explodam. Não existem comparações possíveis para mim, porque nenhuma dessas fez o que Christina Aguilera fez comigo. Se Heráclito a visse jogaria na cara de Parmênides que o Ser é a mudança. Porque ela muda, e eu gosto dessa mudança e dessa inconstância, parafraseando o grande Raul Seixas "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo", porque ela sim pode ser "suja", pode ser uma adolescente virgem e inocente, pode ser uma mulher casada e glamurosa, pode ser uma super bitch, pode ser uma fusão de Princesa Léia com C3PO, pode não ser ela mesma em um clipe e ser GaGa, Madonna, Gwen e Britney, e ainda assim SER ELA MESMA, porque ela, Christina, é a mudança, a inconstância, a arte, e me desculpem aqueles que não acham mas ela é a originalidade. Você é um consumidor, mas é ela quem te consome, porque ela controla a mídia ao favor dela, e ela pode fazer isso, e é um privilégio de poucos.
Eu tenho orgulho de ser fã dela porque ela é do jeito que ela quer ser, independente de qualquer outra coisa. Obrigado, Christina, por ter sido você mesma e nunca ter sido falsa só pra vender discos. Sim, amor de fã existe, eu sinto, e hoje é por ela.

Boa noite

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Pois de médico e louco, todo mundo tem um pouco!