terça-feira, 25 de maio de 2010

Welcome to a brand new World!


Desculpem pessoas, mas será impossível escrever qualquer coisa sobre Alice, eu estou num estado de puro extase. E tentando escrever isso e soar (ou fingir soar) imparcial. Embora, eu sempre diga: eu escrevo sobre mil coisas das quais gosto sem puxar a sardinha, mas com a Christina vocês me complicam.

O último álbum de inéditas lançado por ela foi em 2006, o retrô Back To Basics que misturava influências do Jazz e do Blues com batidas pop e hip-hop mais fracas do que o que ouvíamos naquela época, mas muito mais elaboradas. Christina ousou, talvez até mais do que fez com Stripped anteriormente, a ir contra a maré. Talvez tenha sido esse movimento de ir contra tudo e todos que tenha feito com que eu me apaixonasse completa e perdidamente por ela.

Christina sempre se diferenciou de suas companheiras de trabalho por quatro motivos, que para mim, são essenciais: ela escreve suas próprias letras, com parceiros, mas escreve. Ela participa de todo o processo de gravação de todos os seus álbums, como Michael Jackson fazia, ouso dizer. Ela não fez nenhum álbum que soasse igual ao anterior em seus onze anos de carreira. Ela sabe, de fato, cantar.

Em 2006 Christina incorporou Miss Baby Jane, Marilyn Monroe, e todas as divas dos anos 40 e 50, ela incorporou Aretha Franklin e Etta James em cada performance ao vivo que executava com grandeza e brilho. Executou uma turnê brilhante que envolvia o cenário Jazz e o tema de circo (antes de Britney e Pink pensarem nisso...), e o circo em sua concepção do show do bizarro que o nosso mundo se tornou. No intervalo ela teve um filho, Max que já tem 2 anos, e se dedicou ao processo de criação de seu próximo álbum. E esse processo de criação não é entrar no estúdio, produtores te dão letras e músicas prontas e você canta, eles arrumam sua voz, e seis meses depois você tem um CD lançado mundialmente recheado de músicas que caem no gosto popular e tocam até não aguentarmos mais. Não. Christina parte do visual, parte dos estilos que quer explorar dessa vez, parte do que viveu em sua vida, para só então começar a trabalhar no álbum.

Infelizmente, enquanto Christina está em seu processo criativo novos conceitos surgem (leia Lady GaGa), conceitos mastigados e prontos, conceitos que absorveram tudo em volta e apenas misturaram e jogaram ao mundo. Conceitos feitos para cair no gosto do público e só para isso. O contrário da música para a alma, música para o coração, música para o cérebro, música para o humor. Pois em Bionic, Christina soube usar cada um desses elementos. Talvez isso torne o álbum menos atraente ao público, mas não importa, ela continua sendo uma verdadeira artista e indo contra a maré, exatamente como os grandes fizeram no passado.

Faltavam treze dias para o lançamento oficial do álbum e ele vazou. Por um lado, péssimo, por outro ótimo. Posso falar sobre com treze dias de antecedência. Para descrever esse álbum, preciso voltar quatro anos no tempo: quando, por causa de Back to Basics, eu realmente conheci Christina Aguilera. Eu fui atrás de seus trabalhos anteriores, e Stripped (2002) fez comigo algo que nenhum outro álbum havia feito antes, me puxou para o fundo do poço, me ergueu para o céu, e colocou meus pés de volta na terra. Eu não senti isso com álbum nenhum... até hoje. Quando essa tarde as letras oficiais das músicas vazaram, e todos logo sacaram que o álbum ia vazar a qualquer momento, eu não acreditei no que ela estava fazendo: me escancarando de novo em suas próprias músicas e letras.

O CD começa com a eletrônica "Bionic", a faixa-título que soa mais como uma introdução ao que Christina quis com esse álbum, sua proposta. Ela segue do primeiro single, e o mais "mercado" do álbum "Not Myself Tonight", onde no clipe ela mostrou como é fácil imitar tudo, que ela também pode fazer isso. O álbum segue com a, na minha opinião, pior música do álbum "Woohoo". Mas é na quarta faixa que Christina mostra à que veio. "Elastic Love" soa como a proposta inicial do álbum, futurística. Lembra Kylie Minogue, para mim. Uma música eletrônica incrível. Na quinta "Desnudate", Christina volta às suas raizes latinas mais uma vez, e coloca toda a sua sensualidade pra fora, mais uma vez. Aqui vem um dos pontos mais altos do álbum, na minha opinião: "Glam" é uma releitura moderna de "Vogue" de Madonna, um novo hino gay pra comunidade, de fato. A música fala sobre como você tem de ser a sua roupa, e não deixar que a sua roupa seja você. Uma crítica a certas "divas" que chamam mais atenção por suas bizarrices do que por seu próprio talento? É uma interpretação possível.
"Prima Donna" virou uma queridinha dos fãs à primeira vista. Mais uma música comercial do álbum, muito bem produzida e feita pra dançar. Mulher, você é poderosa. "Morning Dessert" e "Sex For Breakfest" se completam, e pra quem acha que essa segunda é uma música cheia de putarias está errado. Uma balada romântica, feita para se escutar fazendo amor, e não só sexo.

Acredito que o coração do álbum se inicia na faixa 11, "Lift Me Up", a eleita para se tornar uma das músicas mais comentadas no Hope for Haiti Now no começo desse ano, onde Christina fez uma performance acústica magnifica dessa música. E eu estava com medo de ouvi-la na versão em estúdio, é simplesmente incrível. Após a intro mais fofa do mundo, intitulada "My Heart" não por acaso, pois Aguilera não faz parte dessa intro, mas sim seu marido Jordan e seu filho Max, só escutando pra saber. "All I Need" é uma balada simples e linda, uma canção de ninar dedicada à Max, onde Christina usa sua voz de um jeito novo e diferente, mas incrivelmente lindo. A próxima faixa é aquela que eu disse que me escancarou. Eu acho que poderia escrever parágrafos e mais parágrafos dedicados à ela, mas os pouparei, "I Am", é a música mais pessoal desse álbum para mim. Chegamos na comentada "You Lost Me", uma balada linda e com uma história incrível. Muito bem bolada, mas não é a sétima maravilha.

As três últimas faixas são feitas para as mulheres de plantão: "I Hate Boys" é uma volta absoluta ao seu primeiro álbum, muito pop, mas muito ouvível, obrigado. "My Girls" é uma daquelas músicas ao estilo "Wannabe" das Spice pra você ouvir no carro com as suas amigas indo pra balada. "Vanity" é muitas coisas ao mesmo tempo: pop sem conteúdo, pop LOTADO de conteúdo, um soco na cara de muitas cantoras pop por aí, uma escada para o ego de qualquer mulher, mas principalmente a brilhante performance de Max no último instante da música, fechando assim a versão standard do álbum. Sim, porque as cinco músicas da versão Deluxe ainda não vazaram, para a minha tristeza, porque a política que eu tanto amo está em uma dela "Birds of Prey". Mas, é questão de tempo...

Enfim, eu estou em êxtase... parabéns minha Christina, você conseguiu de novo.



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Pois de médico e louco, todo mundo tem um pouco!