quarta-feira, 28 de abril de 2010

Livros

Caso você seja da área das Humanidades, como nós por aqui, certamente sabe alguns pontos que envolvem nossa péssima escolha profissional, a saber:

  • Ler muito;
  • Nego vir falando "nossa, eu gosto muito de [coloque sua área aqui, mas isso acontece com especial frequência se você for um historiador] e já li algumas coisas sobre!";
  • Ler muito e em todos os lugares possíveis;
  • Um imbecil te achar com cara de terapeuta só porque você está portanto um livro escrito Freud na capa [mais fácil de acontecer com psicólogos, mas não são só eles que leem Freud, entre outros];
  • Ler muito em todos os lugares possíveis pra aproveitar o tempo "ocioso" fazendo algo;
  • Um cretino te achar um brisado que fica pensando na existência da mosca e/ou do besouro-do-esterco e quais as razões da primeira voar e do segundo, não e as simbologias envolvidas nisso [afinal, reflexões filosóficas não são úteis];
  • Ler muito em todos os lugares possíveis e imagináveis pra tentar dar conta da sua carga de textos.

Pois é, povo... o mundo é ingrato. A gente se mata de ler e estudar, zoa com a vista, o diabo e acabamos como bem escreveu Augusto dos Anjos: Vês! Ninguém assistiu ao formidável/Enterro de tua última quimera./Somente a Ingratidão - esta pantera -/Foi tua companheira inseparável! - e sim, eu forcei a citação do poema. Calem-se.

Bom, o que fazer? Explicar que História não é decorar datas e nomes, que a matéria vista na escola já passou por umas 2132113444578 revisões historiográficas, que 1808 NÃO É um bom livro e que ser historiador não é o caminho negro que te leva a ser comunista e ateu? Que pra analisar e ajudar alguém os torturantes 50 minutos que passam juntos uma única vez num ônibus NÃO SÃO suficientes? Que ser filósofo NÃO EQUIVALE a viver com a cabeça na lua pensando bobagens que não tem utilidade prática nenhuma?

Só pra constar: Humanistas (não tô fando só da gente aqui) têm questões próprias e metodologias próprias. E se alguém vier falar que, por exemplo, História não é uma ciência, eu JURO que quebro em pedaços.

Como eu sou partidária do só a violência educa, hoje minha dica prática para convívio social é:

Compre livros da Coleção Mate Alguém.

E antes que você pergunte "oh, Meio-psicopata, mas que coleção é essa que eu nunca ouvi falar? Por acaso neles estão ótimas técnicas de assassinatos em massa ou formas silenciosas de se matar individualmente?" eu já explico que não, pois isso quem te ensina sou EU, e que essa é uma coleção velada. Seus livros não possuem tal indicação claramente em suas capas, mas são muito fáceis de se reconhecer: são aqueles toletes de no mínimo 450 páginas e pesam mais de 1 kg, além de ocasionalmente possuírem capa dura. Aqui temos um bom exemplo de livro da Coleção Mate Alguém. Sim, é lógico que esses formatos podem variar. Mas deu pra vocês entenderem o espírito da coisa.

As três principais razões pra comprar esses livros:

  • Costumam ser bem feitos (papel bom, arte gráfica bonita, diagramação bem feita, essas coisas);
  • Tendem a abranger grande parte da obra de um autor ou dar um panorama geral de alguma área em especial (ou seja, você vai usá-los bastante);
  • Servem como arma =).

Nego virou e falou merda pra você? Te achou com cara de filósofo de botequim, de psicólogo de esquina ou de historiador revoltado sem razão? Se meteu a dar pitaco no que não sabe? Ensine pra ele na marra o certo, pois o livro vai entrar na cabeça do infeliz. Faça a informação entrar naquela despedaçada caixa craniana ocupando o espaço deixado pelos miolos que saíram voando.

Eu costumo fazer isso mais de perto, mas também existe a possibilidade de se treinar o lançamento a distância. Estou ficando boa nessa modalidade também!

Só não se esqueçam de ter bons sacos para embrulhar seus livros antes da ação. Sangue e cérebro são pegajosos e fazem com que as páginas grudem, dificultando a leitura.

Testem e me contem se funcionou! ;)

2 comentários:

  1. Usem "A Revolução dos Orbes Celestes" do Copérnico pra atacar também, é bem útil. Recomendo.

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  2. Eu recomendo neurociências do comportamento de Kolb e Whishal, pesado, capa dura, muitas muitas e muitas paginas grossas e de qualidade, além de ter muitas curiosidades legais pra quem se interessa pelo funcionamento do sistema nervoso. Usava pra segurar porta...

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Pois de médico e louco, todo mundo tem um pouco!