segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sex e o que?

Boa noite, hoje eu, Insônio, decreto o final da coluna Sex and the Mondays por milhares de motivos, mas principalmente por eu ter perdido o interesse em escrever sobre o assunto. Quero lembrá-los, senhores leitores-fantasmas (ou não-leitores) que estou numa fase de pura crise e destruição dos meus conceitos que já haviam sido definidos ao decorrer da minha jovem vida.
Nos últimos meses tenho escrito - principalmente aqui no Tarja - mais textos políticos do que sobre sexo, que é o que eu deveria escrever, porque no final das contas a minha visão de sexo tomou, também, um lado político muito forte.
Sendo assim, à partir de hoje inauguro uma nova coluna que irá ao ar todas as segundas-feiras, chamarei-a de Ideias Insônias. A coluna tratará de política, cinema, literatura, filosofia e música, lembrando que vou partir para a minha veia política-filósofo-jornalística para escrever essa coluna, mas darei o toque Insônio em todas elas, não deixando o meu off interferir como ele está fazendo agora!

Sem mais delongas companheiros insôniados da madrugada! Começamos hoje com, o que eu gosto de chamar, crítica-da-crítica. Sim, farei uma crítica a maior crítica (nojenta) deste país, senhoras e senhores! Uma das mais - se não a mais - vendidas revistas do Brasil, a VEJA.
Na edição do dia 30 de Março deste ano, a revista lançou um artigo escrito por Marcelo Bortoloti, jornalista. A matéria que foi nomeada como Ideologia na Cartilha tece uma crítica aos professores das disciplinas de Sociologia e Filosofia, e às próprias disciplinas em si. Na reportagem, Bortoloti expressa claramente a sua PRÓPRIA opinião (e provavelmente da Veja, também) de que os professores são rasos e não sabem o que dão, ou como dar a matéria... ele também diz que a Filosofia e a Sociologia se tornaram obrigatórias à partir deste ano, mentira, porque pelo que eu sei a Sociologia entrou no ano passado, e a Filosofia há 5 ou 6 anos atrás, o jornalista também usa como exemplo os professores do ACRE (sim, meus caros o Acre existe!!) onde a disciplina de Sociologia ensina os estudantes a fazerem "regimentos internos para sindicatos de trabalhadores", enquanto que em GOIÁS um dos objetivos da aula é "a constante diminuição de cargos em empresas do mundo capitalista é um fator estrutural do sistema econômico" (e aí censo-comum, vocês entenderam o que isso quer dizer? Você que compra a VEJA religiosamente todas as semanas, entendeu essas palavras? Porque eu na Faculdade tive certa dificuldade em decifrar isso).
Pois bem, vamos concordar com a Veja que nesses estados mais esquecidos pelo Governo e afastados das grandes capitais do Brasil realmente não há professores aptos para lecionar essas matérias, e por que? Ora, talvez seja porque ficamos sem essas matérias no ensino médio por mais de 50 anos desde a Ditadura Militar? Será, porque os antigos Presidentes do nosso país se opuseram à colocar essas disciplinas no currículo mais uma vez? Mas, é claro que sim. Afinal, qual é a vantagem para o Governo e a VEJA que nossos estudantes aprendam a pensar? Uau, Insônios do meu travesseiro, não faz algum sentido pra vocês?

O texto segue, ainda com um jogo de palavras que a maior parte da população brasileira infelizmente não está apta a compreender, finalmente o texto culpa às Universidades das Ciências Humanas dizendo que "Desde a década de 70, quando se firmaram como trincheiras de combate à ditadura militar nas universidades, tais cursos se ancoram no ideário marxista, à revelia da própria implosão do comunismo no mundo - e estão cada vez mais distantes do rigor e da complexidade do pensamento do alemão Karl Marx (1818-1883)". Vejam só, todos nós Humanistas nos tornamos Marxistas de uma hora para outra só porque nos opomos à repressões e ditaduras que matam pessoas e tentamos estabelece o mínimo de senso de Democracia na população, somos os verdadeiros vilões, humanistas. Arrependamo-nos, choremos, matemo-nos pela culpa que nos consome, fomos para o Lado Negro da Força!

No próximo parágrafo segue uma contradição onde o repórter prova por fontes seguras que não há profissionais o suficiente no Brasil para exercer tal profissão, porém temos a citação do Senhor Silvio Barini (Quem?) diretor do São Domingos, um colégio particular de São Paulo (ah, sim): "Está sendo duríssimo achar professores dessas áreas que sejam desprovidos da visão ideológica". Ora, Senhor Diretor Silvio, qual seria a sua formação? Matemática? Só pode, não? Aconselho que o Senhor faça uma Faculdade de Humanas e tente ser desprovido de qualquer visão ideológica e crítica, por menor que ela seja. Se o Senhor conseguir, torne-se o Presidente da República, grato.

Chegamos ao ápice! O último parágrafo onde a VEJA saca sua última, e poderosa, carta da manga! Sim, senhores, saquem seus sabres de luz, estejam em posição pois agora ela conquistou de vez o censo-comum brasileiro! Todas aquelas pessoas que passam suas noites em frente à TV assistindo à certos programas já muito comentados por mim nesse blog, essas à partir de agora tomam o que a VEJA diz como a mais pura verdade. Eu vou colar o último parágrafo aqui, depois comentarei-o.

Ao obrigar as escolas a ensinar sociologia e filosofia a todos os alunos, o Brasil se junta à maioria dos países da América Latina - e se distancia dos mais avançados em sala de aula, que oferecem essas disciplinas apenas como eletivas.(Os Estados Unidos, onde o Ensino Médio é uma porcaria? UAU!) Deixá-las de fora da grade fixa é uma decisão que se baseia no que a experiência já provou (O que? Controlar o Povo mais Facilmente?). Resume o economista Claudio de Moura Castro, articulista de VEJA e especialista em educação: "Os países mais desenvolvidos já entenderam há muito tempo que é absolutamente irreal esperar que todos os estudantes de ensino médio alcancem a complexidade mínima dos temas da sociologia ou da filosofia - ainda mais num país em que os alunos acumulam tantas deficiências básicas, como o Brasil". Em outros países da América Latina, esse tipo de iniciativa também costuma resvalar em aulas contaminadas pela ideologia de esquerda, preponderante nas escolas. Não será desse jeito que o Brasil dará o necessário passo rumo à excelência.


Posso rir agora? Obrigado!


PAUSA PARA GARGALHADAS INSÔNIAS E MUITO BAIXAS PARA NÃO ACORDAR NINGUÉM

Vamos aos meus comentários? Pois bem, eu não me contive e embuti alguns por ali mesmo. Mas, a pergunta que não cala é: por que eu disse que as pessoas seguiriam como a mais pura verdade o que a VEJA disse? Simples, o economista disse, sim, porque nesse país o que o economista diz é a verdade, porque tudo gira em torno do dinheiro e dos números. Um economista falando essas coisas? Entre numa faculdade de Sociologia, Filosofia, Psicologia ou História, meu querido. E claro entre em uma sala de aula também antes de se meter à falar qualquer coisa sobre o assunto, viva.
O senhor diz que é "absolutamente irreal" esperar que alunos do ensino médio entendam a Filosofia ou a Sociologia devido às dúvidas acumuladas dos outros anos, de quem é a culpa disso? Desses alunos? Querido, dúvidas de matemática (que é o que as pessoas geralmente levam), e a pouca capacidade de escrita e leitura NÃO impede que ninguém entenda, filosofe e reflita sobre qualquer um desses assuntos. O senhor chama esses alunos de incapazes na cara dura, e infelizmente os pais desses alunos concordam com o Senhor.
E claro, viva a ideologia direitista-conservadora, não é? A esquerda é de fato um lixo. O senhor espera de algum professor esclarecido que passou por uma Ditadura Militar como a que tivemos uma atitude ou ideologia de direita? Mais uma vez eu digo: ENTRE NUMA SALA DE AULA. E não, querido, não será desse jeito que o Brasil dará um passo rumo a excelência, mas també não será lendo baboseiras como essas que uma revista, que deveria ser imparcial em suas reportagens, como essa publica.
De uma revista que há dois anos disse que alunos de escola pública queimaram livros em praça pública, remetendo à atitudes nazistas que foram incitadas por seus professores, na maior cara de pau volta dizendo isso, mentiras e apenas mentiras, não se pode esperar muita coisa mesmo.

Boa noite, senhoras e senhores, reflitam sobre o assunto, e não durmam, dormir é perda de tempo.


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Pois de médico e louco, todo mundo tem um pouco!