Bem, quando numa família onde a vida inteira isso aconteceu, alguém que é GAY (grave o termo, porque ele será importante) resolve fazer Faculdade de Filosofia, pra um dia ser professor, e quem sabe fazer o que o Professor dele fez: abrir os olhos de alguém. Tudo parece lindo, até esse menino começar a se irritar profundamente com o mundo em volta, por ver que tudo está errado no mundo, que as pessoas estão parecendo robôs controlados por um controle remoto chamado de Mídia. Isso inclui as duas mulheres que vivem com ele numa casa, onde ele teria que ter no mínimo uma convivência agradável, mas de repente isso começa a se tornar cada vez mais impossível. Visto que essa temporada de terror do Big Brother Brasil acabou, e ele passa a maior parte do tempo sem conviver com essas pessoas, tudo parece estar bem.
Finalmente, é um sábado, e os três vão à um restaurante por kilo almoçar, eis que se sentam perto da TV (você tem dúvidas de em qual canal estava ligada?), começa o programa da, um dia querida, Angélica, especial do Terror. Pois bem, o menino estava virado para a TV e sua mãe ao seu lado, sua irmã de costas para a TV pediu para que ele trocasse de lugar, e então ele disse:
-Não, se não vocês vão se empolgar e a gente não vai mais sair daqui.
-A gente não vai se empolgar!
-Vão sim!
Sim, ela iam se empolgar porque é isso que a alienação faz com as pessoas, elas perdem noção de espaço, lugar e tempo. Logo a mãe se intrometeu e disse:
-Filho, você não está assistindo.
-Não, mãe. Eu não sou burro.
Segue um diálogo que o garoto não se lembra.
-Isso é ridiculo. - diz ele.
-Pra você! - diz a Mãe.
-Pra toda pessoa com o minimo de inteligência no cérebro.
-Ah, eu não sabia que você era o dono da verdade agora. - diz a Irmã.
-Eu não sou o dono da verdade, mas a minha verdade é muito mais real do que a sua, isso eu garanto. Ficar assistindo um bando de gente sem conteúdo assim, isso é rídiculo. Um homofóbico que ganhou um milhão e meio de reais, uma trava mal feita e uma bicha escrota. Me poupem.
-Um bando de gays rídiculos que só fizeram a visão da comunidade gay ficar horrível.
-Eu vou pra casa.
Chegamos à que conclusão com isso tudo? Sim, falta às pessoas o minimo de conteúdo, de saber o que se quer da vida. Como uma pessoa na TV tem o poder maior de transformar essas que estão do lado de fora os assistindo mudando os seus valores, que assim, se provam completamente moldáveis. De saber no que se acredita, porque hoje, num mundo completamente sem valores, o Filósofo mais uma vez será morto, como foi com Sócrates, como foi com todos aqueles que pensaram durante as Ditaduras na América Latina, mais uma vez os filósofos serão assassinados por tentarem mostrar outros caminhos às pessoas. Depois de tudo isso, esse garoto chega à apenas uma conclusão: o animal consegue ser muito mais racional que o próprio ser humano. E consegue mesmo, o meu cachorro se mostra muito mais racional, muito mais a par das coisas que acontecem ao redor dele, no mundo dele do que essas duas. Enquanto o Rio de Janeiro desaba (por que o Projac não vai junto?) elas estão muito mais preocupadas em saber o que o Marcelo Homofóbico Dourado está fazendo com todo o dinheiro que ele enfiou no cú depois de ter ganhado o prêmio do programa mais burro do brasil, e brasil com letra minúscula mesmo, porque numa dessas merece. Merece ser rebaixado. Eu chego a pensar que vivemos, hoje em dia, algo muito pior do que foi a Ditadura Militar. Por que? Porque a ditadura era excplicita, enquanto que hoje as pessoas são controladas na penumbra, hoje as pessoas são controladas de forma rídicula, hoje são as pessoas que se matam, que se assassinam, não são mais as forças armadas que o fazem, são os próprios civis. Pai que joga filha do sexto andar, pai que mata filho e depois se mata de remorso, filha que mata pais... e esses são os casos que a mídia mostra quando tem alguma coisa acontecendo na política brasileira pra nos distrair do fato.
Termino, então, com uma citação de um general do exército argentino da época da Ditadura e, eu mesmo, dizendo: se o filósofo nasceu nessa geração para morrer, matem-me.
"Primeiro mataremos todos os subversivos, em seguida mataremos todos os
seus colaboradores. Depois seus simpatizantes, depois aqueles que permanecerem
indiferentes e, finalmente, mataremos aqueles que se mostrem tímidos." (Ibérico Saint-Jean, general do exérciro argentino, governador da província de Buenos Aires. Trecho extraido
do livro "Freud e o Problema do Poder" de Leon Rozitchnes, pág 185. Edição
desconhecida, Editora desconhecida)
Eu já pensei exatamente assim como vc tá pensando, desse jeito. Mas uma hr vc vai perceber que atacar essas coisas de frente não adianta, pois não faz sentido para as pessoas, já que, inclusive por este tipo de controle, elas não compreendem essas coisas que vc diz. A única coisa que vc faz colocando-se frente às pessoas com uma postura mais direta e agressiva é impor o seu próprio ponto de vista causando uma resistência mto maior. Tudo isso que vc disse é verdade, mas tem um contexto, não veio só pelo controle. Não podemos aceitar de braços abertos, mas não podemos simplesmente rejeitar. É preciso compreender e ver além do mérito do controle, pois é uma via de mão dupla, as pessoas não sabem mais viver sem isso, primeiro que elas desaprenderam, depois que diante de tudo que é imposto no dia a dia, é a maneira que as pessoas encontram de fugir um poco da realidade. Sem contar que todos usam a mídia em algum momento, não tem como, inclusive você e todos somos alienados de certa forma. Entenda, não estou te tirando a razão, mas acho que vc tem que tomar mais cuidado com a forma que vc se colocar, pois pode não só não causar efeito nas pessoas à sua volta, como também pode te trazer sofrimento. Não espero que vc concorde comigo, apenas que reflita a respeito. De resto, é bom ver que o qto vc tem conseguido enxergar. Ah, e não se esqueça que essa é só a ponta do iceberg... Tem mto mais pela frente.
ResponderExcluir